Cannabis para rejuvenescimento?

Estudo revela que baixas doses de THC podem melhorar a função cognitiva e reverter sinais de envelhecimento no cérebro

Publicada em 10/09/2024

background
Compartilhe:

Por João Negromonte

Um recente estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, e da Universidade Hebraica de Jerusalém trouxe à tona um potencial da cannabis ao retardar o envelhecimento cerebral em idosos. Os cientistas descobriram que o THC, um dos principais compostos psicoativos da planta, pode reverter efeitos associados ao envelhecimento do cérebro, como a perda de memória e declínio cognitivo.

 

Planta de cannabis.jpg
Cannabis sativa é uma planta herbácea da família das Canabiáceas (Cannabaceae), amplamente cultivada em muitas partes do mundo. | Foto: Vecteezy

 

Ao administrarem pequenas doses da substância isolada em camundongos idosos por um período de 28 dias, os pesquisadores notaram uma melhora significativa nas funções cognitivas dos animais. Essa ação foi associada à ativação da via mTOR, uma proteína essencial para a regulação do metabolismo e do envelhecimento das células. No cérebro, o THC estimulou essa via de forma a aumentar a produção de energia e proteínas que fortalecem as conexões neurais, essenciais para o aprendizado e memória.

Outro ponto curioso da pesquisa foi o impacto do THC no corpo como um todo. Além de agir no cérebro, o composto reduziu a atividade do mTOR em outros tecidos, como a gordura, o que se assemelha aos efeitos de uma dieta hipocalórica, conhecida por promover longevidade. Essa combinação de estímulo cerebral e redução metabólica pode ser a chave para entender o potencial do derivado da cananbis no combate ao envelhecimento.

Apesar dos resultados animadores, os cientistas destacam que, embora promissor, o estudo foi realizado em modelos animais, por isso, mais pesquisas são necessárias para determinar se esses efeitos benéficos podem ser reproduzidos em humanos e qual seria a dosagem ideal para obter resultados semelhantes com segurança.

A descoberta abre novas perspectivas para o uso da cannabis medicinal em idosos, oferecendo uma nova esperança para aqueles que buscam alternativas para preservar a saúde cerebral com o passar dos anos.

PESQUISA CIENTÍFICA