Riscos do uso de opioides na gravidez

Um estudo recente publicado no JAMA Network Open revelou uma preocupante ligação entre o uso de opioides durante a gravidez e um maior risco de parto prematuro espontâneo. Conduzida por pesquisadores da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, a investigação destacou a necessidade de reconsiderar o uso dessas substâncias para o manejo da dor em mulheres grávidas, enfatizando os perigos associados à exposição a essas substâncias.

A pesquisa analisou os prontuários de 251.087 pacientes grávidas, com idades entre 15 e 44 anos, focando naquelas que passaram por partos espontâneos, ocorridos entre 24 e 36 semanas de gestação. Esses casos foram comparados a um grupo de controle para avaliar os impactos do uso de opioides. Um dado alarmante mostrou que 21% das gestantes usaram algum tipo de produto à base de ópio durante a gravidez.

O objetivo foi distinguir os partos prematuros espontâneos daqueles induzidos por razões médicas, uma distinção que muitos estudos anteriores não abordaram. Ao fazer essa diferenciação, os pesquisadores conseguiram fornecer orientações mais precisas para os médicos.

Descobriu-se que mulheres que fizeram uso de opioides, como morfina, nos 60 dias anteriores ao parto apresentaram um risco 4% maior de parto prematuro a cada vez que a dose de opioides era dobrada. Este aumento de risco foi observado independentemente do tipo de opioide utilizado.

Os autores reforçaram a importância de minimizar a exposição destes compostos durante a gravidez, sempre buscando prescrever a menor dose possível. No entanto, também apontaram limitações no estudo, como a falta de dados sobre o uso de analgésicos de venda livre e nascimentos anteriores às 24 semanas, destacando a necessidade de mais pesquisas para conclusões definitivas.

Essas descobertas levantam uma discussão crucial sobre a segurança do uso de opioides durante a gestação, incentivando uma abordagem mais cautelosa por parte dos profissionais de saúde.