Responsáveis por importante pesquisa sobre o uso de CBD no tratamento do autismo realizam seminário informativo

Uece inicia divulgação de pesquisa que irá mapeará as evidências existentes sobre o uso do canabidiol como tratamento para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista

Publicada em 28/08/2024

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Por Bruno Vargas

Dando início à fase de divulgação de uma importante pesquisa que mapeará as evidências existentes sobre o uso do canabidiol (CBD) como tratamento para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizou na semana passada o seminário “Canabidiol no TEA: Inovações Terapêuticas e Evidências Científicas”.

Segundo Gislei Frota, professor e coordenador da pesquisa selecionada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e financiada pelo Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit/SECTICS/MS), discussões como essas enriquecem o debate sobre a eficácia da cannabis no tratamento de patologias como o TEA, uma condição que, conforme ele destaca, "vem crescendo diante de uma escassez de estudos e, especialmente, de tratamentos".

“A população tem exigido respostas da academia para temas como esse. É necessário que eventos como este aconteçam, onde possamos discutir o uso clínico e baseado em evidências científicas dessas substâncias. Precisamos trazer esclarecimento e informação tanto para a comunidade quanto para os profissionais”, afirma o professor.

Alessandra Freires, professora de alunos com TEA, tem um filho e um sobrinho com o transtorno e, aos 44 anos, também foi diagnosticada com a condição. Apesar de ter fortes traços antissociais, ela fez questão de participar do evento.

“Falta informação no nosso dia a dia. Tenho alunos que fazem uso, mas, talvez por falta de conhecimento do profissional que receita, acaba sendo feita uma mistura desnecessária, e a criança não se adapta. Pessoalmente, como convivo com o transtorno, achei muito positiva essa discussão aberta à família e também aos profissionais, pois tenho colegas que acreditam ser desnecessário o diagnóstico na fase adulta e veem o aumento no número de diagnósticos como algo de interesse comercial”, comenta.

Para a estudante do curso de Terapia Ocupacional da Uece, Tayslania Teófilo, “trazer esse conhecimento sobre o TEA para a comunidade acadêmica é muito importante. O uso do canabidiol é muito mistificado, muito associado à criminalização, e, assim, trazer essas evidências para a população em geral é de grande importância.”

Com informações da Uece

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