Parlamentares discutem o potencial econômico e agrícola do cânhamo no Brasil

Encontro em Brasília abordará o impacto da cannabis e do cânhamo no desenvolvimento econômico e na arrecadação de impostos

Publicada em 05/09/2024

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Por Leandro Maia

No próximo dia 11, parlamentares, empresários e representantes de órgãos reguladores se reunirão em Brasília para discutir o potencial econômico e agrícola da cannabis e do cânhamo no Brasil. O debate, promovido pelo Instituto Ficus, contará com a participação de representantes da Anvisa, da Embrapa e do governo federal.

O evento visa discutir os avanços legislativos que possam permitir o cultivo dessas commodities no país, destacando o setor como uma importante ferramenta de desenvolvimento econômico, socioambiental e de arrecadação de impostos. Com países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido já permitindo o uso de derivados da cannabis em alimentos e cosméticos, o Brasil ainda busca superar barreiras regulatórias.

Entre os participantes do encontro estará Luis Mauricio, baixista da banda Natiruts e presidente da Associação Brasileira de Cannabis e Cânhamo Industrial (ABCI). Ele irá apresentar o primeiro baixo feito de cânhamo, destacando as diferentes possibilidades de uso da fibra produzida a partir da planta. "A ideia é mostrar o multiuso da fibra de cânhamo, como no exemplo do meu baixo, que serve como um abre-alas para trazer luz a esse tema. Além disso, é importante abordar o uso medicinal do CBD, uma vez que o cânhamo é uma planta rica em CBD e com baixo teor de THC, substância psicoativa", afirmou. 

O encontro reforça a crescente mobilização em torno da regulamentação do cultivo de cannabis e cânhamo no Brasil, com foco no desenvolvimento de novas cadeias produtivas e na geração de empregos.
 

 

O cânhamo

 

Um estudo da consultoria Kaya Mind estimou que a legalização do cânhamo no Brasil poderia movimentar cerca de R$ 4,9 bilhões no quarto ano de regulamentação. Desse montante, R$ 330,1 milhões seriam arrecadados em impostos para o Estado, gerando uma nova fonte de receita e impulsionando a economia nacional.

Além do impacto econômico, a legalização do cânhamo traria benefícios ambientais. A planta é conhecida por suas vantagens ecológicas, como a capacidade de regenerar o solo e exigir menos água em comparação a outras culturas, o que poderia ajudar o Brasil a melhorar sua posição no ranking global de sustentabilidade.