Estados que mantêm a maconha ilegal apresentam mais exposições ao Delta-8 THC relatadas aos centros de controle de envenenamento

Um estudo recente, publicado no Journal of Medical Toxicology , revelou uma importante relação entre a legalização da cannabis e a exposição ao delta-8 THC nos Estados Unidos. Os pesquisadores descobriram que as taxas de exposição a esse canabinoide, relatadas aos centros de controle de intoxicações (PCs), são significativamente menores em estados onde a maconha é legal e regulamentada, bem como naquelas que proibiram especificamente o delta-8 THC.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe multidisciplinar de oito especialistas de instituições renomadas, incluindo o Nationwide Children's Hospital, a Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Ohio, a Universidade do Colorado e o Central Ohio Poison Center. O estudo analisou dados coletados entre 1º de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2022, abrangendo todo o território dos Estados Unidos.

O estudo observou que os estados do sul dos EUA, onde a maconha recreativa permanece ilegal, concentraram mais de dois terços de todas as exposições ao delta-8 THC. Segundo os autores, essa disparidade pode ser atribuída à menor concorrência com produtos de delta-9 THC, amplamente regulamentados nos estados onde o uso de cannabis é legal. Nesses locais, o delta-8 THC tem sido utilizado como um substituto, especialmente em regiões onde o delta-9 THC é proibido.

Os dados revelaram que as taxas de exposição ao delta-8 THC aumentaram em 79% de 2021 a 2022, refletindo uma tendência crescente de uso deste canabinoide, especialmente em áreas com regulamentações mais rígidas sobre a cannabis.

Uma das conclusões mais contidas do estudo foi a constatação de que a taxa média de exposição ao delta-8 THC era três vezes menor em estados onde a cannabis é legal, em comparação com aqueles onde a planta é proibida. Em 2022, por exemplo, os estados com concessão da cannabis registraram uma taxa média de exposição ao delta-8 THC de 1,64 por 100.000 habitantes, enquanto os estados com legalização apresentaram uma taxa de apenas 0,52.

Os pesquisadores sugerem que uma orientação consistente do delta-8 THC em todo o país poderia ajudar a reduzir as exposições perigosas. O estudo destaca a necessidade urgente de uma abordagem uniforme para a orientação dos canabinoides, visando mitigar riscos à saúde pública.

O estudo coincide com a discussão em nível federal sobre a possível classificação de canabinoides derivados do cânhamo, como o delta-8 THC. A recente proposta da deputada Mary Miller, incluída no Farm Bill de 2024, visa restringir a definição federal de cânhamo legal, excluindo canabinóides sintetizados, uma medida que tem gerado debates entre reguladores, legisladores e a indústria de cannabis.

O estudo sugere que, embora o foco regulatório até agora tenha sido no delta-9 THC, as novas descobertas justificam uma atenção renovada ao delta-8 THC, considerando seu impacto crescente no mercado e na saúde pública.

Com informações de Marijuana Moment