A influência religiosa no Brasil como principal barreira na normalização da cannabis

Joana Treptow defende o diálogo aberto sobre cannabis e diz acreditar em um Deus que não pune pessoas por usarem maconha

Publicada em 04/09/2024

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Por Bruno Vargas

“A sociedade brasileira é profundamente influenciada pelos costumes religiosos e patriarcais, sendo, em muitos casos, bastante hipócrita. Falta-nos 'abrir a cabeça' e discutir temas como sexo, drogas e saúde mental com mais tranquilidade e menos pudor”, afirmou a jornalista da TV Band, Joana Treptow, durante o 16º episódio do Deusa Cast, que também contou com a participação da paciente de cannabis, Flávia Gollop.
 

Segundo a jornalista, a religião exerce uma influência “muito forte” no Brasil, moldando os costumes e o pensamento de muitas pessoas. “Muitos países com uma 'mentalidade mais aberta' não têm suas 'entradas' tão ligadas à igreja”. Para ela, esse é o principal motivo pelo qual não conseguimos tratar certos temas com normalidade e lucidez.

 

 

De acordo com a pesquisa Global Religion 2023, realizada em 26 países, o Brasil é o país com o maior número de pessoas que acreditam em Deus ou em um poder superior, sendo aproximadamente nove em cada dez brasileiros, cerca de 90%. Em relação à religião, 76% dos brasileiros afirmam seguir algum tipo de crença religiosa, sendo que 70% deles se identificam como cristãos.

Em julho, um dia após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter votado a favor da descriminalização do uso de cannabis no Brasil, o Papa Francisco fez um discurso no Vaticano expressando sua posição relativa à legalização das drogas. “As drogas pisoteiam a dignidade humana. A redução da dependência de drogas não é alcançada pela legalização do uso, como algumas pessoas propõem ou alguns países já implementaram. Isso é uma fantasia", disse Francisco.

“Eu acredito muito em Deus, mas não em um ser punitivo. Meu Deus não vai punir ninguém pelo uso da maconha”, concluiu Treptow.

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