Isabel Veloso conta como a cannabis ajuda na luta contra o câncer terminal

Desenganada pelos médicos; Isabel vive uma intensa jornada de experiência; ensinamentos e gratidão em uma corrida contra o tempo que lhe resta

Publicada em 02/07/2024

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Por Bruno Vargas

Isabel Veloso é uma das personalidades mais inspiradoras que surgiram na Internet nos últimos anos. Convivendo com um câncer terminal aos 18 anos, ela tem consciência das consequências da doença. 

“A doença está parada, mas é traiçoeira. Quando ela começar a se disseminar, não vai mais parar. Isso me assusta”, comenta Isabel Veloso.

Em 2021, a paranaense foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin e precisou realizar um transplante de medula, na época ela tinha 15 anos. O resultado foi um sucesso. O diagnóstico apontou a cura. Mas, no início de 2024, a doença voltou. O novo diagnóstico frustrou a expectativa dos familiares e amigos;  ela estaria por enfrentar um quadro terminal de câncer. Após analisar os laudos dos exames realizados, a médica apontou uma expectativa de vida até o mês de julho deste ano. Até aqui Isabel vive dias de angustia e disposição para aproveitar a cada momento do tempo que lhe resta, segundo a medicina. 

Os dias atuais 

 

Agora, seis meses depois, as condições da jovem de 18 anos estão estáveis. Os tumores cancerígenos, que já chegaram a tomar conta do seu tórax e pescoço, com 17 e quatro centímetros, respectivamente, hoje possuem seis milímetros.

“A única explicação para essa melhora é o uso da cannabis aliado aos resquícios da imunoterapia”, relata Isabel, paciente canábica desde fevereiro que também ressalta a importância da terapia, do seu marido e familiares que participam ativamente na sua vida.

Além de diminuir o crescimento do tumor, a medicação auxilia no combate à dor. Diariamente, a paranaense utiliza 20 gotas de CBD e THC, concentradas em um óleo de seis mil miligramas. “Nos momentos de crise, essa dosagem aumenta para 30 gotas”, comenta Isabel.

Aliada no controle da ansiedade 

 

Portadora do transtorno da ansiedade generalizada (TAG), no início do tratamento, ela chegou a estranhar o impacto positivo do óleo. “Sinto que a cannabis ajudou muito mais a minha vida emocional que qualquer outro remédio. Hoje é a única medicação que uso para a ansiedade”, relata Isabel.

Caracterizada por causar nervosismo e preocupação excessiva, o TAG atrapalhava a comunicação da jovem com os seus três milhões de seguidores nas redes sociais. Antes, todos os comentários negativos incomodavam. Mas, após a cannabis, Isabel confessa que começou a se expor mais, mostrando a vida com naturalidade, sempre lidando da melhor maneira possível com as pessoas.

Além da ansiedade, Isabel sofria com os sintomas da depressão. “Nunca comento isso no Instagram, mas desde os 11 anos de vida eu sofri com sintomas depressivos. Cheguei a tentar suicídio algumas vezes. Hoje consigo controlar melhor essas emoções ", expõe a jovem.  

Processo de aprendizado

 

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Isabel Veloso durante o seu casamento | Foto: Arquivo Pessoal

Com um sorriso no rosto, ela brinca que para superar todas as adversidades é necessário muita terapia. “Aprendi que o emocional domina a nossa vida. Mas na verdade a gente precisa dominar ele. Entendo todos os meus sentimentos, entendo o porquê das situações estarem acontecendo dentro de mim. Tento sempre ser racional para resolver tudo”, explica.

“O ser humano é muito mais emocional que racional. Tem momentos que não estou muito bem e o tumor incha, depois diminui. Minha doença é reacionária, então preciso ter um autocontrole muito bom” completa.

“Uma vontade gigante de viver”

 

Isabel aproveita, ao máximo, todas as experiências nesta sua realidade incomum. “Hoje eu tenho muito mais disposição, uma vontade gigante de viver a vida. O canabidiol me estimula a fazer coisas novas”.  

Estudo revela potenciais benefícios da cannabis para pacientes com câncer

 

Um estudo recente, publicado na renomada revista científica Cancer Research (clique aqui para ler o estudo), revela insights promissores sobre a relação entre cannabis e o tratamento do câncer. A equipe de cientistas examinou dados de diversas fontes, incluindo estudos clínicos e relatos de pacientes, para investigar como os compostos ativos da cannabis, especialmente o THC e o CBD, interagem com as células cancerígenas e os sintomas associados aos tratamentos oncológicos.

Surpreendentemente, as descobertas indicam que a cannabis pode oferecer benefícios significativos para pacientes com câncer. Uma das conclusões mais marcantes do estudo é a capacidade da cannabis de aliviar efeitos colaterais debilitantes da quimioterapia e radioterapia, como náuseas, vômitos, dor e perda de apetite. 

Além disso, os pesquisadores observaram evidências promissoras de que certos compostos da planta podem inibir o crescimento e a disseminação de células cancerígenas em alguns tipos de câncer, abrindo uma nova via terapêutica para combater a doença. Este estudo destaca o potencial da cannabis como um complemento valioso no tratamento oncológico.

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