Cresce o interesse pela medicina psicodélica com foco em tratamentos inovadores

Estudos destacam benefícios para condições como depressão e ansiedade, e cursos especializados ganham espaço na capacitação de profissionais

Publicada em 26/08/2024

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Por João Negromonte

O interesse pela medicina psicodélica tem crescido exponencialmente nos últimos anos, impulsionado por estudos que revelam os potenciais benefícios dessas substâncias no tratamento de condições como depressão, ansiedade e TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), dentre outras. Nesse contexto, cursos especializados têm surgido como ferramentas essenciais para capacitar profissionais e o público em geral a entenderem e comunicarem de forma crítica e informada sobre o tema.

Em outubro de 2023, Harvard recebeu um aporte de US$ 16 milhões da Gracias Family Foundation para explorar o impacto das substâncias psicodélicas na sociedade contemporânea. O valor impulsionou o programa interdisciplinar "Psicodélicos na Sociedade e na Cultura", envolvendo a Faculdade de Artes e Ciências, a Harvard Law School e a Harvard Divinity School. A iniciativa visa estabelecer uma base segura e legal para o uso de psicodélicos, destacando Harvard como referência na pesquisa inovadora sobre o tema.

Em julho de 2024, Sergey Brin, cofundador do Google, investiu US$ 15 milhões na pesquisa sobre ibogaína, um alucinógeno de origem africana. O investimento, realizado por meio da iniciativa Catalyst4, visa transformar a abordagem tradicional da saúde mental ao impulsionar tratamentos inovadores. A ibogaína, conhecida por seu potencial terapêutico, está no centro dessa aposta, destacando o compromisso de Brin com avanços na área de saúde mental.

O interesse pela medicina psicodélica tem crescido cada vez mais no Brasil. Pensando na possibilidade de ajudar a melhorar a comunicação dessa área em expansão, a jornalista Carol Apple, mediadora do Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal 2024, tem apostado em uma estratégia para informar com clareza e combater a desinformação sobre os tratamentos com psicodélicos. Com sete anos de estudo na área, ela criou a aula "Comunicação e Letramento Psicodélico", que será um curso online com lançamento previsto para o próximo trimestre.

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Carol Apple, jornalista especializada em comunicação sobre psicodélicos | Foto: Arquivo pessoal

"Desenvolvi essa iniciativa para trazer consciência sobre esse tema que figura hoje em diversas editorias na imprensa como ciência, cultura e economia. Quero usar meus conhecimentos para colaborar com a construção de um cenário mais honesto sobre essas substâncias."

O curso, que será oferecido em formato on-line, visa não apenas informar, mas também incentivar uma abordagem responsável e consciente sobre os psicodélicos, refletindo sua relevância crescente em diversas áreas do conhecimento.