O que o paciente pode esperar da primeira consulta de cannabis medicinal

A primeira consulta médica tem como foco o paciente e seu tratamento, mesmo quando o medicamento prescrito for à base de canabinoides

Publicada em 18/09/2024

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Por Bruno Vargas

Existe uma diferença entre a consulta com um médico geriatra, pediatra, cardiologista, clínico geral, neurologista, dermatologista… e um prescritor de cannabis? Para a médica Gabriela Mânica a resposta é “não”.

"O foco sempre será o paciente, seu problema e a melhor forma de solucioná-lo. O medicamento é apenas um dos meios", explica Mânica, ao ressaltar que a cannabis não é uma especialização médica, mas sim uma ferramenta terapêutica utilizada conforme cada profissional acredita ser mais adequada.

 

Primeiro passo

 

Segundo a médica geriatra, há várias formas de o paciente encontrar um profissional que trabalhe com cannabis. "Muitos chegam por indicação, buscam na internet, nas redes sociais ou em listas de médicos disponíveis em sites", comenta. Além disso, associações, empresas e clínicas também realizam a intermediação entre médico e paciente.

Como muitos municípios ainda não contam com médicos que prescrevem produtos à base de cannabis, a telemedicina tem ganhado destaque. Segundo dados da Close UP, cerca de 15% dos médicos no Brasil já prescrevem cannabis.

 

Análises do paciente

 

Após marcar a consulta, seja presencial ou online, o paciente realiza o primeiro contato com o médico, no qual o "foco" da consulta será identificado. "Faço uma conversa com escuta ativa, conheço a história do paciente, suas queixas, analiso exames laboratoriais e, posteriormente, avalio a melhor conduta para o tratamento, que pode ou não incluir a cannabis", explica Mânica.

Outros aspectos que podem ser conferidos durante a consulta são: análise física, medicações e outras substâncias em uso (álcool, tabaco e drogas), frequência de atividades físicas, histórico de internações e cirurgias, alergias, expectativas com o tratamento, e outras questões relacionadas à saúde.

 

Perfis diferentes, consultas diferentes

 

A médica explica que muitos pacientes chegam em seu consultório, sem conhecimento sobre a planta, e alguns têm medo ou preconceito. "Neste caso, realizo uma consulta mais demorada, humanizada e explicativa. Comento sobre a segurança do tratamento com cannabis, como ele funciona e tranquilizo o paciente", comenta.

Outro perfil são aqueles que já conhecem a cannabis e têm mais informações sobre seus efeitos. "Normalmente, esses pacientes buscam saber mais sobre vias de acesso, como a cannabis age no corpo e o sistema endocanabinoide."

É importante lembrar que cada experiência é única, tanto para o médico quanto para o paciente. Além disso, a ausência de exames laboratoriais pode exigir uma nova consulta para avançar no tratamento.

 

Iniciando o uso do óleo

 

Assim como com outros medicamentos, produtos à base de cannabis podem ser prescritos já na primeira consulta, caso o médico avalie que o paciente não apresenta contraindicações e o tratamento seja seguro.

Após definir os canabinoides indicados para a condição do paciente e a dosagem inicial, o médico explica onde o produto pode ser adquirido e orienta o paciente sobre o uso no dia a dia. Ele também define o momento para uma reavaliação do tratamento.

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