Principais Fatos de 2024: O Avanço do Uso Medicinal da Cannabis no Brasil

2024 marcou um importante capítulo no cenário do uso medicinal da cannabis no Brasil. Em meio ao crescente reconhecimento dos benefícios terapêuticos da medicina endocanabinoide, o país deu passos significativos na regulamentação e acesso a esse tipo de tratamento.

Um dos destaques foi a inclusão do canabidiol na lista de produtos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo. O Davi foi o primeiro paciente a receber o tratamento pelo sistema público. A medida gerou ampla repercussão e serviu como referência para outras regiões, com estados e municípios replicando o modelo e impulsionando a regulamentação da cannabis para fins medicinais em suas redes de saúde.

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No entanto, o direito ao acesso de muitos pacientes continua sendo travado por falta de regulamentação e políticas públicas voltados para o uso medicinal da cannabis. Muitas famílias precisam recorrer a ações judiciais para obter o direito ao tratamento com canabinoides. Em paralelo, o debate sobre a regulamentação da cannabis medicinal gerou intensos diálogos na política nacional, dividindo opiniões no Congresso, onde discursos acalorados contra e a favor da planta repercutiram em Brasília.

Para além do embate político, o avanço científico também trouxe protagonismo para o tema. Profissionais da saúde e educadores intensificaram a discussão sobre o sistema endocanabinoide, buscando informar e reduzir preconceitos. O Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal (CBCM) 2024, médicos, cientistas, pesquisadores, juristas, empresários e demais agentes do setor assumiram a linha de frente no esforço de educar a população sobre os potenciais terapêuticos da cannabis.

Na indústria, o mercado brasileiro de cannabis medicinal seguiu em expansão, refletindo um amadurecimento em pesquisas e desenvolvimento de produtos para diferentes tratamentos de saúde. Grandes empresas do setor apresentaram inovações, e o fortalecimento do mercado acentuou o debate sobre a necessidade de políticas regulatórias mais eficazes na Medical Cannabis Fair (MCF) 2024.

O ano foi marcado também por divergências no setor. De um lado, crescem as pressões para o fim da RDC 660, enquanto do outro, avança a defesa de um novo modelo regulatório que assegure maior acesso e segurança para os pacientes. Entidades médicas defenderam a manutenção da RDC 660. A Anvisa manteve-se no centro desse debate, sendo alvo de cobranças de normas de atendam o maior número de pacientes, o que coloca em foco as perspectivas para o futuro da regulamentação da cannabis no Brasil.

Este ano deu sinais importantes sobre os possíveis caminhos da cannabis no Brasil.