Veja os vereadores eleitos em São Paulo que defendem o uso medicinal e industrial da cannabis

Eleição de novos representantes destaca importância do debate sobre a regulamentação e acesso aos produtos derivados da planta

Publicada em 16/10/2024

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Por João Negromonte

Sete vereadores eleitos em diferentes municípios do estado de São Paulo no último dia 6 de outubro fizeram suas campanhas em cima da pauta a favor da defesa do uso medicinal e industrial da cannabis na política. Veja os candidatos eleitos que irão assumir os mandatos em 01 de janeiro de 2025:

- Renatinho Se Ligue (PL) eleito por Ferraz de Vasconcelos; 
- Rogério Castilho (PSB) eleito por  Suzano; 
- Paola Miguel (PT) eleita por  Campinas; 
- Emerson Camargo (PSD) eleito por de Praia Grande; 
- Dandara Gissoni (PSB) eleita por Caçapava; 
- Ricardo Canata (Podemos) eleito por Leme; 
- Allan Rached (PSB) eleito por Monteiro Lobato.

Todos eles participaram do curso de formação promovido pela Bancada da Cannabis Medicinal, um movimento suprapartidário liderado pelo deputado estadual Caio França (PSB). O objetivo do movimento é ampliar o debate e garantir que a cannabis medicinal seja acessível à população, especialmente aos que dependem dela para tratamentos de saúde. França, que foi o autor da Lei Estadual 17.618/23, que incluiu a cannabis medicinal no SUS de São Paulo, destacou:

"Esse movimento chega para levar a mensagem dos benefícios terapêuticos da cannabis medicinal no âmbito da municipalidade, ampliando ainda mais a democratização do acesso às pessoas mais carentes.”

Dandara Gissoni (PSB), vereadora reeleita em Caçapava que também atua como assistente social e é voluntária em uma entidade de equoterapia. Gissoni compartilha sua experiência com o uso do canabidiol (CBD), observando os resultados positivos em jovens com deficiência que fazem uso dessa substância. Segundo ela:

 

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Dandara Gissoni | Foto: Arquivo pessoal

"Muitas crianças fazem o uso do canabidiol, e vemos mudanças significativas em todos os aspectos, como redução de crises, aceitação de novos alimentos, aumento de interações, melhoria na concentração e no sono."

Ela também critica o preconceito em torno do uso medicinal da cannabis, associando-o à falta de informação e à manipulação política:

"O preconceito quanto ao uso é devido à falta de informação e até mesmo doutrinação política extremista, onde equiparam pacientes e cuidadores que têm a necessidade do uso a usuários de outras drogas. Quem faz isso certamente não tem um filho que precisa do tratamento e prefere espalhar fake news para descredibilizar o tratamento com finalidade eleitoreira."

Dandara enfatiza a importância de tornar os produtos à base de cannabis cada vez mais acessíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), defendendo que eles sejam disponibilizados de forma similar a medicamentos comuns, como dipirona e ibuprofeno. Ela finaliza com uma mensagem clara: "Não espere precisar para apoiar!"

A eleição desses vereadores marca um avanço significativo no debate sobre o uso medicinal e industrial da cannabis, um tema que, apesar dos avanços científicos e legislativos, ainda enfrenta resistência devido à desinformação e preconceitos. No entanto, o engajamento desses representantes promete ampliar a conscientização sobre os benefícios terapêuticos da cannabis e garantir um acesso mais justo e democrático aos produtos derivados da planta.