CBD no tratamento da alopecia: Xuxa revela ter alopecia androgenética e cogita raspar o cabelo
A ação anti-inflamatória do canabidiol pode ser chave para preservar fios
Publicada em 04/02/2025
A apresentadora Xuxa Meneghel revelou que enfrenta a alopecia androgenética, condição que causa queda capilar progressiva. A declaração foi feita durante a estreia do programa Casa de Verão, apresentado por Eliana no GNT.
"Vou ficar carequinha"
Durante a entrevista, Xuxa compartilhou sua experiência com a calvície e afirmou que já considera raspar os fios. “Minha mãe ficou careca, tenho entradas e pouco cabelo, sou bem carequinha. Mas acho que as pessoas vão ficar assustadas”, disse.
A apresentadora destacou que tem usado medicamentos para conter a queda, mas reconhece que a condição pode avançar. “Queria parar com esse negócio, tomo remédio para não cair, passo remédio. Mas não vai ter jeito, vou ficar carequinha. A não ser que faça implante.”
O que é alopecia androgenética?
A alopecia androgenética, também conhecida como calvície, é uma condição genética que causa afinamento progressivo dos fios. A doença afeta tanto homens quanto mulheres, embora seja mais frequente no público masculino.
A perda de cabelo ocorre devido à ação dos hormônios andrógenos, como a testosterona e sua forma ativa, a dihidrotestosterona (DHT), que provocam a miniaturização dos folículos capilares.
Como identificar e tratar a condição
O diagnóstico da alopecia androgenética é feito por um médico dermatologista, que avalia o histórico clínico e o padrão de perda capilar. Em alguns casos, exames complementares, como biópsia do couro cabeludo e análises hormonais, podem ser necessários.
Entre os tratamentos disponíveis, destacam-se:
- Minoxidil: solução tópica que estimula o crescimento dos fios e desacelera a queda.
- Finasterida: medicamento oral que reduz os níveis de DHT e preserva os folículos capilares.
- Terapia a laser: procedimento que melhora a circulação no couro cabeludo e estimula os folículos.
- Novos tratamentos: estudos indicam que substâncias como bimatoprosta e CB-03-01 podem ser eficazes quando associadas ao minoxidil.
CBD e alopecia: um aliado no controle da inflamação
A dermatologista Ludmila Militão aponta o CBD como um aliado no controle desse processo inflamatório, o que pode contribuir para a preservação dos fios e a manutenção dos resultados obtidos com terapias capilares.
Segundo a dermatologista, embora existam estudos sugerindo que o canabidiol possa estimular o crescimento dos fios, ainda não há evidências científicas robustas para confirmar essa ação. No entanto, o que já se sabe é que o CBD tem uma potente ação anti-inflamatória, o que pode ser determinante no tratamento da alopecia androgenética.
"A inflamação no folículo é o principal fator a ser controlado. O paciente recupera a densidade e a quantidade de fios durante o tratamento, mas, se não houver manutenção, ele pode perder tudo novamente", explica a médica.
Uso tópico do CBD e impacto no tratamento capilar
No consultório, Militão já utiliza loções com CBD para aplicação no couro cabeludo, justamente por seu efeito anti-inflamatório. "Ao reduzir a inflamação, conseguimos manter o folículo ativo por mais tempo, evitando a queda recorrente dos fios", afirma. Diferente do THC, que não é utilizado nesse tipo de abordagem, o CBD tem se mostrado uma opção promissora para potencializar os tratamentos capilares.
O uso exige equilíbrio
A dermatologista ressalta que, embora o mecanismo de ação dos fitocanabinoides ainda não esteja totalmente elucidado, já se sabe que o sistema endocanabinoide está presente na pele e desempenha um papel na regulação de diversos processos fisiológicos, incluindo o couro cabeludo.
Segundo a especialista, o CBD se destaca por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, fatores essenciais no combate à alopecia androgenética. No caso da alopecia androgenética, há uma inflamação significativa que precisa ser controlada, e isso sempre foi um dos focos do tratamento. Agora, descobrimos que o canabidiol tem essa ação antioxidante e anti-inflamatória, o que o torna uma opção interessante para essa condição.
Além da ação anti-inflamatória, há indícios de que o canabidiol possa estimular o ciclo capilar e o crescimento dos fios. No entanto, a concentração do composto é um fator crítico. Doses muito altas podem ter o efeito contrário e até mesmo induzir queda de cabelo.
Outro ponto de atenção é que nem todos os canabinoides apresentam o mesmo efeito positivo para o crescimento capilar. Enquanto o CBD mostra potencial para estimular o crescimento dos fios, outros canabinoides podem ter efeitos opostos e contribuir para a queda, enfatiza.
Ainda assim, são necessários mais estudos para compreender melhor os efeitos dos canabinoides no couro cabeludo e definir diretrizes seguras para seu uso.
As declarações de Xuxa podem chamar a atenção para uma nova possibilidade de tratamento. "Isso pode chamar atenção para os efeitos positivos do canabidiol na saúde capilar, incentivando mais pesquisas e interesse da comunidade médica", conclui Militão.
Cannabis e alopecia: estudo aponta crescimento capilar
Um estudo analisou o potencial terapêutico de canabinoides como CBD, THCV e CBDV na alopecia androgenética, apontando crescimento capilar superior a tratamentos convencionais.
Cannabis e crescimento capilar
A pesquisa investigou o impacto da aplicação tópica diária de um óleo de cânhamo rico em canabinoides no couro cabeludo de 31 indivíduos com alopecia androgenética (AGA). O estudo teve como base uma pesquisa anterior, que mostrou aumento médio de 93,5% na densidade capilar com o uso de extrato de cânhamo rico em CBD.
Os canabinoides atuam no sistema endocanabinoide (ECS), envolvido na regulação da homeostase celular e na resposta inflamatória do organismo. No couro cabeludo, eles interagem com receptores CB1 e TRPV1, promovendo o alongamento da haste capilar e a manutenção da fase anágena, essencial para o crescimento do cabelo.
Resultados promissores
Após seis meses de uso, todos os participantes apresentaram algum grau de recrescimento capilar, variando de 31,25% a 2000%. O aumento médio foi de 246% entre os homens e 127% entre as mulheres. Além disso, não foram relatados efeitos adversos.
A avaliação psicossocial indicou que todos os indivíduos se sentiram “felizes” ou “muito felizes” com a cobertura capilar, e a análise médica independente confirmou melhorias de leves a extensas.