CBD: O Uso terapêutico sem riscos de dependência
O canabidiol pode viciar? A médica Gabriela Mânica afirma que não!
Publicada em 12/11/2024
O canabidiol (CBD) é uma molécula não psicoativa encontrada nas plantas da família das canabináceas, especialmente na Cannabis sativa. Entre os mais de cem canabinoides identificados nessa planta, o CBD se destaca por ser "um dos compostos ativos mais prevalentes na cannabis", conforme apontado pela Harvard Health Publishing .
Embora seu consumo excessivo possa causar náuseas, fadiga e diarreia, o canabidiol é considerado seguro e bem tolerado tanto por humanos quanto por animais. A médica geriatra Gabriela Mânica garante que produtos à base de CBD apresentam risco zero de vício. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que "no seu estado puro, o canabidiol não parece não ter potencial para causar dependência ou efeitos adversos".
Conduzido por pesquisadores brasileiros, um estudo de 2011 investigou os efeitos do CBD em pacientes com fobia social. Além de revelar que o canabidiol reduz significativamente os níveis de ansiedade, sem causar dependência, ele ainda apresentou benefícios terapêuticos em condições psicológicas sem efeitos adversos de vício.
O que é vício?
Também conhecido como dependência de substância, o vício é uma doença reconhecida pela OMS que afeta tanto o organismo humano quanto a sociedade como um todo. O consumo prolongado de drogas lícitas ou ilícitas é associado a mais de 200 problemas de saúde e ainda é fator de risco para violência e acidentes rodoviários.
O CBD, além de não apresentar propriedades causadoras de vício, ainda pode ser um aliado no tratamento da dependência em substâncias como o álcool. Publicado no PubMed, um estudo destacou que entre os indivíduos em tratamento para alcoolismo o uso de canabinoides está relacionado a uma porcentagem significativamente menor de dias abstinentes de álcool.
Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) revelaram que o CBD pode trazer resultados promissores no tratamento da dependência de crack. O estudo, envolvendo 73 usuários da droga, mostrou que o tratamento com óleo de CBD foi mais eficaz do que os medicamentos convencionais na redução dos sintomas associados ao uso de crack.
O CBD pode levar à morte?
Gabriela Mânica ressalta que “não existe nenhum dado sobre mortes por maconha no mundo”, devido à ausência de receptores CB1 e CB2 no tronco cerebral, onde se localizam os centros que controlam a respiração e os batimentos cardíacos. Hoje, além da alta segurança, o CBD tem se mostrado muito eficaz no tratamento de dor crônica, epilepsia, inflamações, espasticidades, doenças neurodegenerativas e outros.
E o THC?
“O risco de criar dependência ao uso de cannabis, seja na forma recreativa ou medicinal, é muito menor do que o de diversos medicamentos convencionais, inclusive para produtos com altos níveis de tetraidrocanabinol (THC)”, comenta Gabriela Mânica. “Na cannabis, o risco de dependência é de cerca de 6%, enquanto para os benzodiazepínicos é de 18%”, completa a médica durante sua participação no 20º episódio do Deusa Cast, podcast produzido pelo Portal Sechat. Para conferir a entrevista completa, clique abaixo: