Cannabis Medicinal: para que serve e como pode ajudar
A Cannabis sativa é usada na medicina para tratar diversas condições de saúde
Publicada em 29/01/2025
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A cannabis medicinal é uma expressão que faz referência aos produtos terapêuticos produzidos à base da planta Cannabis sativa, usada para aliviar sintomas de várias doenças.
Seus principais componentes são o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), que atuam no corpo ajudando no controle da dor, da ansiedade, de convulsões, como na epilepsia, e em muitas outras condições. Mas a espécie contém cerca de 400 compostos químicos ativos, sendo os canabinoides os mais notáveis:
Os principais compostos da Cannabis mais conhecidos são:
- THC (Tetraidrocanabinol) – Responsável pelos efeitos psicoativos da cannabis e por propriedades medicinais como analgesia e estimulação do apetite.
- CBD (Canabidiol) – Não psicoativo, possui propriedades anti-inflamatórias, ansiolíticas, anticonvulsivantes e neuroprotetoras.
- CBG (Canabigerol) – Considerado o "precursor" dos outros canabinoides, tem potencial anti-inflamatório e neuroprotetor.
- CBC (Canabicromeno) – Apresenta propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.
- CBN (Canabinol) – Derivado da degradação do THC, tem leve efeito psicoativo e pode ser sedativo.
- THCV (Tetraidrocanabivarina) – Tem propriedades que podem ajudar no controle do apetite e da glicose no sangue.
Para que serve a cannabis medicinal?
Médicos recomendam o uso da cannabis medicinal para tratar problemas de saúde, por exemplo:
✔ Dores crônicas (como fibromialgia e artrite)
✔ Epilepsia (ajuda a reduzir crises convulsivas)
✔ Ansiedade e depressão (efeito relaxante do CBD)
✔ Escleroses (reduz inflamação e espasmos musculares)
✔ Autismo (pode melhorar a interação social)
✔ Parkinson e Alzheimer (auxilia na neurogênese e na qualidade de vida)
✔ Insônia (efeito relaxante do CBD)
Como funciona?
Como você já sabe, a cannabis contém uma série de compostos que interagem com o sistema endocanabinoide (SEC), um sistema biológico presente no corpo humano responsável por regular funções como dor, inflamação, humor, sono e apetite. Entre esses compostos, os canabinoides são os principais agentes dessa interação, enquanto os terpenos contribuem modulando seus efeitos.
O SEC é composto por dois tipos principais de receptores: CB1, localizado principalmente no cérebro e sistema nervoso central, e CB2, presente no sistema imunológico e em órgãos periféricos. Quando os canabinoides da cannabis são consumidos, eles interagem com esses receptores de diferentes maneiras.
O THC (tetraidrocanabinol), por exemplo, liga-se diretamente aos receptores CB1, gerando os efeitos psicoativos característicos da planta, além de atuar nos receptores CB2, influenciando respostas inflamatórias. Já o CBD (canabidiol) não se liga diretamente a esses receptores, mas modula sua atividade e aumenta os níveis de anandamida, um endocanabinoide natural do corpo, resultando em efeitos anti-inflamatórios, ansiolíticos e neuroprotetores.
Outros canabinoides, como CBG (canabigerol), CBC (canabicromeno) e CBN (canabinol), também desempenham papéis importantes no SEC. O CBG tem potencial neuroprotetor e pode atuar como um modulador dos receptores CB1 e CB2. O CBC interage indiretamente com o sistema endocanabinoide, estimulando os efeitos dos endocanabinoides naturais. Já o CBN, que surge da degradação do THC, tem ação sedativa e pode ser útil para o sono.
Além dos canabinoides, os terpenos – compostos responsáveis pelo aroma da planta – também influenciam os efeitos terapêuticos da cannabis. O mirceno, por exemplo, pode intensificar a ação do THC ao aumentar a permeabilidade da barreira hematoencefálica. O cariofileno, por sua vez, é um dos poucos terpenos que interage diretamente com os receptores CB2, contribuindo para efeitos anti-inflamatórios.
Essa interação entre os compostos da cannabis e o sistema endocanabinoide é conhecida como efeito comitiva, no qual os diferentes componentes da planta atuam em conjunto para potencializar seus efeitos terapêuticos. Por isso, produtos à base de cannabis que preservam uma ampla gama de canabinoides e terpenos podem oferecer benefícios mais amplos do que aqueles que contêm apenas um único composto isolado.
Dessa forma, o sistema endocanabinoide não apenas explica os efeitos da cannabis no organismo, mas também abre caminho para diversas aplicações medicinais, tornando a planta uma aliada no tratamento de condições como dor crônica, epilepsia, ansiedade e doenças neurodegenerativas.
Como conseguir cannabis medicinal no Brasil?
Desde 2015, a Anvisa permite a importação de produtos com cannabis para uso medicinal. Em 2019, as farmácias passaram a vender esses medicamentos com receita médica. Em 2024, o SUS começou a distribuir gratuitamente em São Paulo, e outros estados estão avançando com leis parecidas. O Brasil também tem dezenas de associações canábicas que fornecem cannabis medicinal a pacientes associados.
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O uso é seguro?
Sim, desde que seja feito com orientação médica. O profissional da saúde indica a dosagem e a forma correta de uso para cada paciente, garantindo mais segurança no tratamento.
As formas de usar são as mais variadas: oral, tópica, inalada, retal ou vaginal. Pode ser com óleo, comida, cápsula, creme, pomada, vaporização, fumo e até supositório.
Se você tem interesse em saber se a cannabis medicinal pode te ajudar, procure um médico especialista!
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