Estudo sobre uso de cannabis para tratar osteoartrite em cães será destaque em renomado evento de neurociências

Neide Griebeler apresentará pesquisa com resultados promissores durante 47ª edição do SBNeC

Publicada em 15/10/2024

background
Compartilhe:

Por Bruno Vargas

Há mais de quatro décadas, nomes importantes da neurociência se reúnem anualmente na Reunião da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) para participar de conferências, cursos, simpósios, mesas-redondas, módulos temáticos e painéis apresentados ao longo do evento.

Na edição de 2024, que ocorrerá entre os dias 28 de outubro e 1º de novembro, na cidade de Águas de Lindóia-SP, a SBNeC contará com a participação de médica veterinária e pesquisadora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), Neide Griebeler, uma das selecionadas para apresentar seu projeto durante o evento.

Neide desenvolveu uma pesquisa com resultados promissores para analisar a eficácia da cannabis na redução de dor em cães com osteoartrite. Segundo ela, mesmo sendo um evento voltado para a neurologia humana, a experiência será extremamente enriquecedora. "Além de agregar ao meu conhecimento, esse momento traz maior visibilidade para a cannabis e seu potencial terapêutico", relata a médica veterinária.

 

Cannabis no combate à osteoartrite

 

Durante seu mestrado, ao longo de 90 dias, a pesquisadora avaliou 17 animais divididos em dois grupos (tratamento e placebo) para verificar a eficácia e a segurança do uso de um extrato de Cannabis sativa full espectro.

A pesquisa encontrou uma redução significativa na intensidade da dor dos cães com osteoartrite que receberam cannabis, com os índices de dor caindo de 16,22 para 5,71 pontos. No grupo placebo, a redução foi menor, passando de 16,22 para 12,85 pontos.

Além disso, foi observada uma melhora significativa na interferência da dor, no índice de dor crônica, na avaliação veterinária e na qualidade de vida dos animais. No início do estudo, 33,33% dos cães do grupo tratado com cannabis foram classificados com qualidade de vida “ruim”, enquanto no grupo placebo, esse percentual foi de 37,50%. Após 90 dias, nenhum cão do grupo cannabis foi classificado como “muito ruim”, enquanto no grupo placebo esse índice foi de 28,57%.

Além disso, 28,6% dos cães do grupo tratado com cannabis foram classificados com qualidade de vida “excelente” ao final da pesquisa, em comparação com 14,28% no grupo placebo. A qualidade de vida “muito boa”, que era 0% no início para o grupo tratado com cannabis, subiu para 14,28%, demonstrando uma melhoria expressiva em relação ao grupo placebo.

PESQUISA CIENTÍFICA
ESTUDO