A Revolução do Cânhamo: inovações na construção e indústria têxtil

Localizada em uma fazenda no condado de Cambridgeshire, no Reino Unido, a Flat House é uma casa inteiramente construída de cânhamo. Atualmente, estima-se que existam mais de 50 mil tipos de usos oriundos da planta, sendo mais de 5 mil produtos com potencial para alimentar 21 setores diferentes da economia.

As fibras do cânhamo podem criar um concreto tão ou mais efetivo que o tradicional. Estudos apontam que o material conhecido como hempcrete, pode ser mais resistente, impermeável e com um melhor isolamento térmico. Além disso, seu processo demanda pouca água, sendo positivo para o meio ambiente.

Em 2022, o cânhamo foi usado na construção de uma pista de Bobsled (espécie de corrida de trenó) sediada nas olimpíadas de inverno de 2022, na China.

Indústria Têxtil

Em comparação aos outros tecidos da indústria têxtil, o cânhamo pode reduzir os custos de fabricação dos produtos. Sua plantação exige pouco ou nenhum inseticida e necessita de ⅓ da quantidade de água, em comparação ao algodão. Além disso, pode produzir até três vezes mais fibras, na mesma quantidade de acres, segundo a plataforma Fashion Network.  

No produto final, o uso da planta aumenta a resistência e a durabilidade do produto. Por isso, marcas como Nike, Levi’s, SLW, Reserve e Ginger usam o cânhamo na produção de camisas, bodies e regatas.

Conforme fala do presidente da LAIHA (Associação Latino-Americana de Cânhamo Industrial), Lorenzo Rolim, presente no 3º Guia Sechat da Cannabis, o Brasil está ficando para trás na corrida comercial do cânhamo.  

“Na Colômbia, foi aprovado Projeto de Lei que separa totalmente o cânhamo industrial da cannabis medicinal, tornando o cânhamo uma commodity de uso agrícola, com menor controle e mais liberdade de produção e processamento.No Paraguai, as empresas locais iniciaram no final de 2021 um programa de produção de cânhamo industrial”, comenta o engenheiro agrônomo e colunista do Portal Sechat.