A cannabis como alternativa na medicina veterinária integrativa

Oferecer aos animais uma vida mais saudável é uma das preocupações para os cuidadores de animais, sejam eles domésticos, silvestres ou de produção.

Nesse âmbito, a terceira edição do Congresso Brasileiro de Cannabis Medicinal trouxe a médica veterinária pós-graduada em clínica e cirurgia de pequenos animais, Caroline Campagnone, e Tarcísio Barreto, médico veterinário especialista em Ciências Morfológicas, para debaterem o tema.

“A medicina integrativa é a união da medicina convencional a outros métodos de tratamentos alternativos, considerados não convencionais, como homeopatia, acupuntura, entre outros. O que se busca é o equilíbrio do paciente. Trata-se de uma associação das possibilidades de tratamento para trazer conforto, bem estar e qualidade de vida ao paciente", relata Caroline Campagnone, médica veterinária pós-graduada em clínica e cirurgia de pequenos animais e em Cannabis Medicinal.

Medicina Veterinária Integrativa: um novo paradigma

A medicina integrativa combina tratamentos convencionais com terapias complementares e alternativas, visando uma abordagem holística do cuidado animal. A evolução da medicina veterinária com a inclusão da terapia canabinoide representa um avanço significativo, destacando a importância de um cuidado animal integral e respeitoso.

Quando se fala no uso da cannabis nesse cenário, o uso dos compostos químicos da planta, apresenta propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e ansiolíticas, que são extremamente benéficas para os animais. 

“Quando se estimula os campos energético, espiritual, emocional e físico, também se estimula o sistema endocanabinoide e consequentemente o equilíbrio das funções, promovendo o bem estar e a homeostase do animal. A cannabis é mais uma forma de buscar esse equilíbrio, ela é a cereja do bolo, mas quanto mais ferramentas de tratamento o profissional dispor, melhor para o paciente”, complementa Caroline.

Bem-estar geral e longevidade saudável

O foco na longevidade saudável e no bem-estar geral é um dos pilares da terapêutica canabinoide. Estudos e experiências clínicas indicam que o uso de cannabis pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pets. 

A abordagem integrativa não se trata apenas do cuidado patológico, mas de promover a saúde e o bem-estar em todas as fases da vida do animal, por isso a aplicação dos canabinoides pode ajudar a manter a homeostase do corpo, prevenindo o desenvolvimento de doenças e melhorando a resposta imunológica.

“Eu aprendi a lidar com a cannabis a partir da medicina da longevidade, esse viés da medicina mudou minha forma de atuar enquanto profissional. O sistema convencional de tratamento estava insuficiente enquanto opção clínica. Quando comecei a escrever sobre cannabis, compreendi um outro universo da medicina da saúde. Porém, o bem estar desse sistema, que é guarda chuva de todos os outros, é mais eficiente quando se relaciona outros métodos de tratamento para ter mais eficiência de resultado. A longevidade está ligada à adoção de hábitos saudáveis, incluindo alimentação, exercícios, por exemplo, e tratamentos adequados. A cannabis é mais uma opção, mas ela sozinha não é tão efetiva quando aplicada de forma conjunta”, esclarece Tarcísio Barreto, médico veterinário especialista em ciências morfológicas.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar dos benefícios evidentes, o uso de cannabis na medicina veterinária ainda enfrenta desafios, principalmente relacionados à regulamentação, à necessidade de mais pesquisas científicas e de educação dos profissionais veterinários.

A cannabis está emergindo como uma aliada poderosa na medicina veterinária integrativa, proporcionando melhorias significativas no bem-estar geral e na longevidade dos animais.

Combinando ciência e natureza, esta abordagem oferece novas esperanças para o tratamento de condições crônicas e a promoção de uma vida mais saudável e feliz para nossos pets.

Com regulamentação adequada e mais pesquisas, o Brasil tem o potencial de se tornar um líder global nesta inovadora abordagem terapêutica.

"É preciso que os profissionais compreendam o funcionamento do Sistema Endocanabinoide e como ativá-lo para além da cannabis, pois essa combinação, melhorando a alimentação, incorporando jejum e exercício físico, é o que promove uma vida com mais longevidade e qualidade", reforça Tarcísio Barreto, médico veterinário especialista em ciências morfológicas